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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

É o fim da poesia




Eu sentia a alegria...

O azul do céu era tão vivo que os meus olhos doíam

No alaranjado do arrebol as tardes se despediam...

No chão dos meus caminhos as flores se abriam...

E o vento espalhava as sementes que caiam...

O meu olhar assistia o colorido que nascia!

Aquilo tudo era o que eu mais queria!



Então, chegou a solidão...

O céu escureceu e me cobriu de breu...

No elevado acinzentado a tarde se perdeu

Nas trilhas do meu chão a esperança morreu

O vento espalhou o pranto que escorreu

O meu olhar assistiu o vazio que nasceu!

Expirou o dia; eu perdi o que eu mais queria!



Virei um coração vazio...

Um ano sem verão destruído por um olhar frio...

No horizonte um corvo oscila na minha direção

Ouço na estrada o que já foi uma canção

A ventania embaralha as folhas secas do outono...

Os meus olhos cansados são reféns do meu sono...

É o fim da poesia, a noite arredia venceu o dia!

Janete Sales Dany 
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O trabalho É o fim da poesia de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Amo o meu país inteiro




Brigar pela verdade é matar a força dela...

Não há algo mais destrutível do que o ódio...

O ódio rouba a razão de quem tem razão...

O ódio é capaz de separar uma nação...

Eu sou o meu país inteiro e jamais aceito uma divisão...

Amo todos os que vivem nele...

Mesmo que divirjam da minha opinião

A inteligência está em somar e não em se afastar...

Existem países que vivem em guerra...

Brasil não seja mais um deles nesta terra!

Janete Sales Dany

sábado, 25 de outubro de 2014

Diamantes nas pedras...





Pensei ser um pássaro livre...
Encontrei diamantes nas pedras
Na noite morta firmei a lua no meu céu
Fingi a alegria, mas a dor caiu como um véu
Amei os brutos pensando em tê-los no coração
Sorri no espelho e a cópia que vi era uma invenção
Balancei o mar na ânsia de alcançar o sonho impossível
Bebi as minhas lágrimas só para não admitir a dor invisível
Calei quando eu queria gritar para o mundo a minha desilusão
Rasguei as folhas do livro que escrevi nas horas de pura emoção
Pretendia alcançar aquela fantasia que perdurava na minha mente
No final, os diamantes que eu imaginei viraram pedras para sempre!

Janete Sales Dany

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O trabalho Diamantes nas pedras... de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Poesias assinadas...



Algo me faz lembrar você...

Aqui e em todos os lugares...

Algo que me ama...

E ao mesmo tempo me exclui...

Torna-me o tudo

E do nada me faz o nada...

Enlouquecerei todas as noites...

Perderei o rumo todos os dias...

Só me resta voar como um pássaro...

Abraçada em minhas poesias...

Janete Sales Dany
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O trabalho Poesias assinadas... de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Trovador Online



Folheei as páginas do livro chamado internet...
Em algumas vi muitas dores, sorrisos e coração!
Frases feitas com esmo que libertam a emoção
Poeta virtual que pode ser muito lido ou não...
Semeador online que expõe a própria vida...
Atrás da tela há o riso, ou a lágrima sentida!

Às vezes ele faz um poema tão tristonho...
É um dia em que morreu o mais lindo sonho!
E esta tristeza não há alguém que possa ver...
Alguns dirão que é só poesia; nunca irão entender!
Sonhador online que digita o pesar num canto...
Atrás da tela há um olhar repleto de pranto...

Às vezes ele faz um poema florido de alegria...
Neste dia ele deu asas a mais linda fantasia...
O sorriso fascinante ninguém poderá ver...
Alguns dirão que é só poesia; nunca irão entender!
Rimador online que digita o prazer de viver...
Atrás da tela há uma vida em pleno alvorecer...

domingo, 19 de outubro de 2014

Oração para destruir o mal




Quem vive na verdade não teme a mentira alheia
Meu Deus fragmente toda falsidade que me rodeia
Erga uma muralha alta para que o inimigo não me veja
Arranque do meu chão qualquer empecilho, assim seja!

Quem vive a amar o próximo não teme o ódio alheio
Meu Deus suavize toda ira; a Tua mão divina é um freio!
Faça do meu sorriso o maior perdão e acalme o furioso
Derrame sobre a minha existência o Teu amor poderoso...

Quem vive olhando a própria vida nunca teme a inveja alheia
Meu Deus embace para sempre todo olho gordo que me rodeia
A cada passo que eu dou à frente a Tua presença é um resguardo
Indo com o Teu clarão a paz está comigo, e abranda o meu fardo!

O algoz de pássaros...


Pássaros presos, este era o fascínio de um menino...
Prendê-los e esquecê-los; pouco importava o destino!
Queria colecioná-los e assim os tinha de várias cores.
Gaiolas esturricadas deles; pouco importavam as dores!

Se estavam longe, usava o estilingue com precisão...
Num dia inteiro eram dezenas; de cortar o coração!
Vivia maquinando como preparar o melhor alçapão
Quando presos, às vezes os alimentava, outras não...

O tempo foi passando e o menino perverso cresceu...
Rosto e corpo de homem; o coração não enterneceu!
Já não utilizava mais o estilingue e sim uma carabina...
Trinta ou cem num dia; pouco importava a triste sina!

Morava numa cidadezinha do interior; num ninho da dor...
Espírito impregnado de ódio; prazer na morte do amor!
Os olhos escolhiam no céu algo que pudesse derrubar
Passou a vendê-los; um tostão para poder se sustentar!

Todo dia era dia de caça; perto ou longe ele ia buscar...
Certa vez foi bem distante; algo novo queria encontrar!
Descobriu um pássaro que nunca havia visto na vida...
Ficou entusiasmado; queria alcançá-lo e fez a corrida!