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sábado, 26 de março de 2016

A Alma na mão e a Poesia sai do Coração



Como esquecer as horas em que vi minha alma?
Distante de toda esta glória perderia a calma
Se eu cismar em correr ficarei incompleta
Como renunciar esta minha alma poeta?

Que só consegui encontrar quando senti dor
Que se aflorou mais ainda na procurar do amor
Que se perdeu em noites de inegável solidão
Aos poucos me puni ao revelar meu coração

Como abandonar as letras evidentes no meu céu?
Como apagar tantos sentimentos num papel?
Como avançar sem o fascínio dos meus versos?
Eu me rasguei e me reduzi em outros universos

Fui semente rompendo o chão para ostentar a flor
Senti a dor no meu íntimo ao pretender tanto amor
Nas incertezas a certeza de ao menos estar vivendo
Mesmo que sofrendo ao ver o pranto escorrendo

Como controlar estas vozes dentro de mim?
Formigando, eu dizendo não e elas dizendo sim!
Provei das lágrimas nos olhos que não eram meus
Morri muitas vezes, porém nunca disse adeus...

Perdi as vestes e supliquei por carinho
Eu me transformei num pássaro sem ninho
Tracei vendavais para mostrar os esquecidos
E chorei porque muitos não me deram ouvidos

Falei sozinha tentando atingir a multidão
Ignoraram que trazia a minha alma na mão
Sigo com uma flecha enterrada no meu coração
O sangue que se esvai é poesia repleta de emoção

Janete Sales Dany
Poema@protegido por lei
26/03/2016
T5585914
Licença Creative Commons
O trabalho A Alma na mão e a Poesia sai do Coração de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Poesia Pensamento esmagador
Todos os direitos reservados

domingo, 20 de março de 2016

As borboletas aprisionadas no caderno


Borboletas, muitas borboletas...
Uma menina colecionava, amava...
Em cada folha do caderno ela colava
Apreciava o jardim à espera da beleza
Ao ver, prendia as asas com firmeza...
Com cola, fixava a atração no papel!
Presa para sempre e adeus ao céu
Eram todas dela e de cores infindas...
Sorria ao vê-las, eram tão lindas!
Escondia da mãe aquele tesouro
Havia uma enorme na coleção
Asas brilhantes da cor de ouro
Apertava o caderno no coração
Acervo mais belo do mundo
Sentia um orgulho profundo
Aconteceu um dia de felicidade
Conseguiu prender dez...
Não percebia a ruindade!
De noite adormeceu sorrindo...
Sonhou com um lampejo lindo

Era a borboleta da cor dourada
Sobre o caderno e estava parada
O brilho era tão intenso que quase cegava
Esplendor que doía o olhar...
De súbito começou a voar
As asas ficaram imensas e se batiam...
As folhas do caderno passaram a se levantar
E de lá as borboletas mortas saiam voando
Eram muitas e a menina foi se assustando
Meu Deus, as borboletas estavam chorando!
Borboleta não chora, a menina pensava...
Queria acordar do pesadelo, mas não acordava!
Gritava por socorro, e sentiu uma mão...
A mãe estava do lado, acordou então!
Foi um sonho ruim, disse a menina...
Depois desta noite nunca mais fez a maldade
Borboleta solta para ela é a felicidade
E por incrível que pareça não dá para acreditar...
As borboletas sumiram do caderno, eternamente!
Livres para sempre. Estão soltas e vão voar...
Nas folhas, só ficaram o desenho das lágrimas...

 Que ela jamais conseguiu apagar!

Janete Sales Dany
20/03/2016
Poema@protegido por lei
Licença Creative Commons
O trabalho As borboletas aprisionadas no caderno de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Hábito fotográfico compulsivo

Fotografa o que vai comer
Fotos e mais fotos de um viver
Vai enviando para as redes sociais
Ampliando a coleção das fotos digitais
Um passeio e o sorriso simulado...
Jamais diria que o sapato está apertado
Na fotografia está mais do que radiante
Disfarça o calor que é sufocante
Escolhe o lado bom para fotografar
Este lado sim, pois quem ver vai amar...
Deste outro não, há pouco tempo fez cirurgia...
Afinal a vida é só alegria
Alguém caiu, e antes que possa se levantar...
Tira uma foto só para compartilhar
Pede desculpa, pois se esqueceu de ajudar!
O que vale é sempre aproveitar o momento
Produz uma foto para provocar o amor ciumento
Vingança, e vai ostentar que está sem aliança!
Outra gravura, e nesta, o olhar está brilhante...
Usou muito colírio para ficar radiante
Depois a vermelhidão pelo excesso!
Chega de fotos!
Nos olhos, esta cor não faz sucesso...
Cortou o cabelo, fotos, o dia inteiro...
O metrô está lotado, é a vez do celular...
A bateria está no fim, será que vai aguentar?
Tanto rebuliço e não pode fotografar
Chega em casa e finalmente vai filmar
Escolhe o cômodo mais arrumadinho
Desiste do vídeo, tem briga no vizinho...
Faz uma receita gostosa para a janta
O prato ficou perfeito e encanta...
Antes de comer tem que fotografar
Depois elege as fotos que vai enviar
Tem que responder os comentários...
E se esquece de que a comida vai esfriar
Que diferença faz uma noite sem jantar?
Mais e mais fotos, para quê estudar?
Euforia em todas e que se dane a crise
Vai que no meio virtual uma delas viralize?
Haverá um ângulo que mostrará a perfeição
Sorriso bem largo disfarça a solidão...
Não percebe que está vivendo na compulsão...
O amor está nas redes sociais e dói o coração!
Quando vai enxergar que quase tudo é ilusão?
Numa foto qualquer um pode forjar uma emoção
A busca incessante se tornou um transtorno mental
Ah, porém há quem faça igual...
Acha que isto é normal!



Ainda assim, e precisando de terapia...
Dirá com firmeza que a vida é só alegria!
E dará mais um clique para um novo selfie...

Só deste jeito que começa o dia!

Janete Sales Dany
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sábado, 12 de março de 2016

Soneto Borboleta - Decassílabo Heroico


Borboleta vistosa que se move
É quimera difícil de alcançar
Exibição sagaz que me comove!
Parece o ontem que nunca vai voltar

Existem as lembranças e então chove
Os meus sonhos estão longe do olhar
Um delírio que faz com que alma trove
Borboleta ágil que não quer pousar!

As asas carregadas de mil cores
Ela vive escondida nestas flores
Parece o meu passado a se esconder

Eu recordo das minhas primaveras
Agora se ocultou por entre as heras
É liberta e jamais quer se render


Janete Sales Dany

Poema@Protegido por lei
Registrado e imortalizado  na
biblioteca nacional do Rio de Janeiro
no livro: Soneto Borboleta e outras
Página: 06 Registro: 730418

Com este poema participei
da Antologia imagem e literatura
PEAPAZ





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No mistério do sem-fim Equilibra-se um planeta E, no jardim, um canteiro No canteiro, uma violeta E, sobre ela, o dia inteiro A asa de uma borboleta Cecília Meireles

Soneto decassílabo heroico:

Todas as regras devem ser seguidas,
para que se elabore um soneto clássico
Quatorze versos com dez sílabas poéticas
Quatro estrofes, duas de quatro versos
E duas de três versos, rimas intercaladas...
A escansão de cada verso deve ter
Acento tônico na sexta e décima silaba

Veja o exemplo do primeiro verso deste soneto:
Borboleta vistosa que se move
A divisão das sílabas ( escansão) Métrica:
Bor/bo/le/ta/ vis/TO/sa/ que /se/ MO/ve